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Você é uma “pessoa” ou um “recurso”?

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Eu não sei vocês, mas a maioria dos desenvolvedores sênior que tenho conversado ultimamente, estão frustrados com o desempenho dos projetos que tem trabalhado, e ainda pior se eles foram obrigados a usar processos de desenvolvimento mal implantados, com furos evidentes, inflexíveis, que acabaram abaixando a produtividade, ou simplesmente se mostraram ineficazes.

Tenho visto muitos abusos sendo cometidos em nome da “Melhoria de Processos” e realmente não tenho visto muito sendo feito para que os projetos sejam mais eficazes, agreguem mais valor com menos esforço.
Por muito tempo tenho liderado equipes e tenho um jeito muito especial de tratar a coisa, como sócio de empresa de desenvolvimento e desenvolvedor também, tive que alinhar o trabalho que era feito para produzir o melhor resultado com o menor esforço, e o que encontrei era que nada do que fisese modificava fundamentalmente o resultado a menos que incluísse na mistura o ingrediente fundamental que era tratar das “Pessoas”.

Quase todos os gerentes de projeto que tenho conhecido, tratam o lado humano da equação como aquela complexidade desnecessária, o “problema de trabalhar com gente”, “pessoas são complicadas”, “o pessoal não entende”, “o pessoal não esta motivado”, “tem que ficar fazendo de baby sitter”, bom aquela baboseira toda.
Os gerentes de projeto, realmente sofrem todas estas coisas, mais eles não são problemas em si, são simplesmente sintomas de outros problemas mais fundamentais, as pessoas não estão comprometidas porque talvez quem esta acima também não esta comprometido, ou esta comprometido pela razão errada, ou esta tão comprometido que esquece de tratar as pessoas com respeito e paciência e acaba colhendo braços cruzados e pouquíssimo feedback.

Para mim era um desafio trabalhar com gente, errei mais do que acertei, mais depois comecei a errar menos, quando finalmente descobri que trabalhava com “Pessoas” e que para que eu pudesse colher o tipo de resultados como qualidade, motivação, produção, eficiência, eficácia, criatividade, tolerância, paciência, talento, inovação e tantas outras qualidades humanas era necessário começar a semear outro tipo de semente.
Foi aí que descobri a Liderança Servidora, ao invés de investir em planejamento, gerenciamento de atividades, criação de regras, cronogramas detalhadíssimos, definição de processos, incentivos monetários ou ascensão política, comecei a investir em conhecer melhor as pessoas que trabalhavam comigo, ouvir, sim ouvir mais, e ai sim explicar mais da nossa missão, qual era o objetivo que tinha que ser atingido, pensar de que forma poderia auxiliar eles a fazerem melhor o seu trabalho, me tornar um servo, um exemplo, a serviço de uma causa, um projeto, um objetivo comum.

Quando mudou meu foco, de tratar as pessoas como coisas e passei a trata-los como pessoas integrais, isto é não só queria a mente deles para produzir software, mais também queria as outras partes deles, seu coração e sua consciência. A partir desse momento tive um despertar, já que podia não só estimular estas pessoas a se tornarem mais eficazes, elas o faziam porque elas queriam, porque estavam de fato comprometidas, envolvidas, não havia manipulação, nem falsas promessas, começou a haver cooperação, porem era necessário um sacrifício da minha parte, era necessário compartilhar com estas pessoas o planejamento e a avaliação do que era feito.
Não mais eu definia eles executavam. Agora se tratava de nos, nos definíamos, e meu objetivo era formar equipes capazes de eles definirem de forma eficaz, já que entendiam exatamente qual era o objetivo, e quais os limites, assim eles poderiam tomar este tipo de decisões, já que eles mesmos se avaliariam, a sua consciência seria o seu guia.

Não da para gerenciar “Pessoas” existe somente uma forma de lidar com elas de forma eficaz no trabalho e se chama “Liderança”, que permite que a sua paixão, inventiva, pro-atividade, criatividade, excelência sejam liberados e alinhados com a missão a frente, porem em desenvolvimento de software não tenho visto isto muito frequentemente, alias sempre que vi alinhadas liderança e tecnologia sempre vi produtos e equipes fantásticas, porem não é isso que estamos vendo na industria, e sim uma tendencia a tratar o a organização do trabalho de desenvolvimento de uma forma cada vez mais industrial, através da separação do trabalho e especialização.

Hoje vejo que se faz cada vez mais fundamental, mais necessário entender como equipes e organizações de desenvolvimento de software que estão adaptadas para o paradigma do trabalhador do conhecimento fazem seu trabalho, porque elas estão sendo mais eficazes, no curto, médio e longo prazo.

Algumas das lições aprendidas estão sendo capturadas em processos de desenvolvimento que estão adaptados para este tipo de paradigma, são processos chamados ágeis, muito vamos a ouvir no futuro próximo sobre eles.

Por isso me responda: Você é uma “Pessoa” ou um “Recurso”?

Fonte original…


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